Tenham bom senso

"Não é porque eu escrevo sobre drogas, alcoolismo, mulheres fáceis, noites difíceis, depravação e sexo sem compromisso que eu sou um completo desregrado. Compreendam o limite entre realidade e ficção ou simplesmente morram nesse mundo politicamente correto que lhes consome. A arte imita a vida e vice versa, mas isso nunca será uma regra"


sexta-feira, 4 de março de 2011

O importante é acreditar

Por Francisco Telmo de Queiroz Filho, Jornalista e grande amigo.
Lá estava eu, casado, chegando aos 42 anos, tomando um chopinho com meus amigos, nos barzinhos da calçada da fama. Lugar onde circulam muitas ninfetinhas que independente da pouca idade, já estão espalhando sensualidade, graça e beleza. Mulheres desfilavam de todas as bitolas, loiras, morenas, grandes, pequenas, magérrimas com seus umbiguinhos de fora e até paquidérmicas figuras se achando muito gostosas.
Bem, mas voltando a minha pessoa. Um emprego fixo, ganhando um bom salário. Filhos. Fazem-me um homem de caráter sólido como uma rocha. No entanto, aquela noite foi diferente. Ao ver uma bela morena, no frescor dos 18 anos, reconheci numa réstia de luz, por entre seus cabelos crespos, o brilho do olhar de Carla. Logo surgiu em minha mente toda a felicidade que foram os momentos vividos, embora tenha sido no trabalho, com Carla. Uma alegria tomou conta do meu corpo, estava frente à filha de Carla.
Com a fala tropeçando na emoção, disse: "Posso sentar nesta mesa?". A resposta dela veio como o primeiro gozo. Porém, um amigo confirmou que ela disse sim. Aquele foi o momento mais feliz de minha vida. Esqueci casamento, filhos, até aquele imbecil que se diz meu chefe. Passamos aquela primeira, de muitas outras, noite juntos. Como diz uma música gauchesca, "Rasguei a certidão de casamento e dei um tapa na mulher”, não apareci mais em casa. A minha mulher, que até então eu a achava linda, parecia a Medusa, com o poder de tornar pedra a minha vida.
Em dois anos de muito sexo e sexo, posso dizer que não encontrei Jesus, mas comecei a compreender o sentido da palavra felicidade. Barzinhos, danceterías e outros "points" faziam parte de minha rotina diária. Mulheres me olhavam pensando: "Este velho deve ser muito bom para andar com esta gatinha”. Os homens, inchados de inveja, grunhiam: "O que este babaca tem que nós não temos, para andar com esta belezinha, bem novinha".
Confesso que não sei como tive coragem de viver esta grande paixão, mas fui motivado pelo brilho do olhar de Caria que eu via nos olhos daquela moça. Depois destes dois anos vivendo como um autista do amor, resolvi confessar o meu segredo àquela bela e apaixonante jovem. Disse, com um espasmo de coragem: "Eu só cheguei em ti porque tu lembravas a tua mãe, a Carla. Ela, com muita surpresa respondeu: "Minha mãe não se chama Carla, era lavadeira na cidade de Travesseiros e nunca foi a sua colega do Banco do Brasil". Meu mundo caiu. Perdi toda a minha coragem, nada fazia sentido, a jovem perdeu toda aquela aura que tinha feito eu me apaixonar por ela. Colei a certidão de casamento e de joelhos fui pedir desculpa para minha mulher.

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