Tenham bom senso

"Não é porque eu escrevo sobre drogas, alcoolismo, mulheres fáceis, noites difíceis, depravação e sexo sem compromisso que eu sou um completo desregrado. Compreendam o limite entre realidade e ficção ou simplesmente morram nesse mundo politicamente correto que lhes consome. A arte imita a vida e vice versa, mas isso nunca será uma regra"


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Por amor temos riscos, inseguranças, certezas, igualdades, amizades...

Estamos parados rindo, conversando e até discutindo sobre um daqueles assuntos sem sentido algum, divagando. Em meio aquela discussão surge um abraço onde ambos decidem ocasionalmente um beijar o rosto do outro. Mas involuntariamente no breve beijo tocam-se os lábios.

Nos afastamos pasmos e os risos dão licença à uma breve seriedade aprisionando os olhos um no outro. Na fração de segundo desse olhar, ela tem um surto silencioso em seus pensamentos que nadam entre o pânico e as mágoas passadas. O medo e a indecisão a fazem se contrair, suspirar. O canto de sua boca faz uma leve curva, as sobrancelhas baixam, levando com elas a cabeça e os olhos.

Por um momento ela sente vontade de virar o rosto e sair sem dizer nada e deixando aquele momento esquecido. Antes que ela conseguisse decidir agir minha coragem é mais rápida. Minha curiosidade me consome perante a oportunidade. Eu coloco a mão em seu queixo, levantando sua cabeça lentamente até os olhares estarem fixos. Até que os reflexos do olhar transpassem um para o outro. Eu me aproximo lentamente enquanto os lábios dela se desgrudam um do outro.

Quando sinto aquela mão pequena tocando meu ombro compreendo o sinal de que o que está acontecendo é mútuo. Minha mão desliza do queixo pelas bochechas até que as pontas dos dedos atravessem os cabelos e encontrem a nuca. Minha outra mão neste meio tempo encaixa em sua cintura sentindo o movimento do corpo devido a respiração que está rápida. Sinto que as pausas entre aos suspiros vão ficando mais lentos e relaxados. 

Aqueles 3 segundos tornaram-se uns 40 minutos. As maças do seu rosto começam a ficar levemente rosadas até que minha boca volta a encontrar a dela. As cabeças inclinam-se em câmera lenta enquanto as bocas se abrem.

Nos minutos seguintes, ambos sabem onde seus pensamentos navegarão pelas próximas semanas.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Despedidas

E em uma madrugada de terça-feira no ócio do meu desemprego (e como eu adorava passar madrugadas escrevendo), entre as batalhas contra o tempo do Trabalho de Conclusão do curso de Jornalismo, seriados, a chuva e novamente estou aqui. Já faz tempo que não compareço e sinceramente a preguiça e a falta de ânimo são as principais causas. Já a causa que me faz voltar aqui é novamente uma grande mudança.

Momentos tristes, términos, despedidas. Nunca lidei bem com isso. Demoramos a aprender certas coisas, como o fato de que às vezes é melhor um final sincero e sem mágoas do que um grande trauma. Não que tenham sido todos assim, mas muitas vezes as coisas tomam um rumo completamente avesso ao que se espera.


Mesmo quando tentamos fazer o melhor, ou o menos doloroso, ainda assim machuca. São lágrimas contidas, tentativas de argumentar que aquilo é o certo a fazer, gestos e olhares tristes que ficam revirando dentro da mente tentando fazer algum sentido. Mas não, não existe forma de fazer com que as coisas sejam melhores, mais fáceis ou menos dolorosas. Sempre vai doer e por mais idiota que pareça, mesmo quem está terminando sai tão ferido deste embate de olhares quanto quem perdeu a batalha.