Tenham bom senso

"Não é porque eu escrevo sobre drogas, alcoolismo, mulheres fáceis, noites difíceis, depravação e sexo sem compromisso que eu sou um completo desregrado. Compreendam o limite entre realidade e ficção ou simplesmente morram nesse mundo politicamente correto que lhes consome. A arte imita a vida e vice versa, mas isso nunca será uma regra"


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Primeiro vídeo: Girassóis - Cidadão Quem (Cover)



Esse é o primeiro de alguns vídeos que vou lançar nos próximos meses com algumas versões de músicas do meu projeto acústico violão e voz.
Produção: Delivery Live Recs
Apoio: Retro Parts

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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Por amor temos riscos, inseguranças, certezas, igualdades, amizades...

Estamos parados rindo, conversando e até discutindo sobre um daqueles assuntos sem sentido algum, divagando. Em meio aquela discussão surge um abraço onde ambos decidem ocasionalmente um beijar o rosto do outro. Mas involuntariamente no breve beijo tocam-se os lábios.

Nos afastamos pasmos e os risos dão licença à uma breve seriedade aprisionando os olhos um no outro. Na fração de segundo desse olhar, ela tem um surto silencioso em seus pensamentos que nadam entre o pânico e as mágoas passadas. O medo e a indecisão a fazem se contrair, suspirar. O canto de sua boca faz uma leve curva, as sobrancelhas baixam, levando com elas a cabeça e os olhos.

Por um momento ela sente vontade de virar o rosto e sair sem dizer nada e deixando aquele momento esquecido. Antes que ela conseguisse decidir agir minha coragem é mais rápida. Minha curiosidade me consome perante a oportunidade. Eu coloco a mão em seu queixo, levantando sua cabeça lentamente até os olhares estarem fixos. Até que os reflexos do olhar transpassem um para o outro. Eu me aproximo lentamente enquanto os lábios dela se desgrudam um do outro.

Quando sinto aquela mão pequena tocando meu ombro compreendo o sinal de que o que está acontecendo é mútuo. Minha mão desliza do queixo pelas bochechas até que as pontas dos dedos atravessem os cabelos e encontrem a nuca. Minha outra mão neste meio tempo encaixa em sua cintura sentindo o movimento do corpo devido a respiração que está rápida. Sinto que as pausas entre aos suspiros vão ficando mais lentos e relaxados. 

Aqueles 3 segundos tornaram-se uns 40 minutos. As maças do seu rosto começam a ficar levemente rosadas até que minha boca volta a encontrar a dela. As cabeças inclinam-se em câmera lenta enquanto as bocas se abrem.

Nos minutos seguintes, ambos sabem onde seus pensamentos navegarão pelas próximas semanas.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Despedidas

E em uma madrugada de terça-feira no ócio do meu desemprego (e como eu adorava passar madrugadas escrevendo), entre as batalhas contra o tempo do Trabalho de Conclusão do curso de Jornalismo, seriados, a chuva e novamente estou aqui. Já faz tempo que não compareço e sinceramente a preguiça e a falta de ânimo são as principais causas. Já a causa que me faz voltar aqui é novamente uma grande mudança.

Momentos tristes, términos, despedidas. Nunca lidei bem com isso. Demoramos a aprender certas coisas, como o fato de que às vezes é melhor um final sincero e sem mágoas do que um grande trauma. Não que tenham sido todos assim, mas muitas vezes as coisas tomam um rumo completamente avesso ao que se espera.


Mesmo quando tentamos fazer o melhor, ou o menos doloroso, ainda assim machuca. São lágrimas contidas, tentativas de argumentar que aquilo é o certo a fazer, gestos e olhares tristes que ficam revirando dentro da mente tentando fazer algum sentido. Mas não, não existe forma de fazer com que as coisas sejam melhores, mais fáceis ou menos dolorosas. Sempre vai doer e por mais idiota que pareça, mesmo quem está terminando sai tão ferido deste embate de olhares quanto quem perdeu a batalha.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A cena Underground de Gravataí

Artigo que eu escrevi sobre a cena no blog Gravataí Rock Valley.

          Sempre gostei de música e consequentemente quis ter uma banda. Tocando em algumas bandas, conhecendo músicos, acompanhando cenários, fui notando e buscando justificativas para todas as dificuldades que o rock enfrenta no Brasil. Analisei onde muitas acertaram e principalmente onde muitas ainda hoje erram. Participei da cena quando estourou a moda "venda ingressos para tocar" e estou até hoje tentando interpretar da melhor forma, como em um mundo completamente digitalizado com essa gama infinita de possibilidades que a internet proporciona, não só os músicos, mas o público se tornaram críticos tão vorazes.

          Me influenciei pela cultura Grunge, mesmo tendo iniciado minha trajetória no Hard Rock, passando pelo Death Metal, não deixando de lado o Rock Gaúcho. Cultura Grunge essa a qual todos chamam de "estilo musical" (o maior dos erros diga-se de passagem pois nem os músicos de Seattle usam este termo), na realidade, não deixou de ser uma moda. O termo seria melhor descrito como o princípio, não só do Rock Alternativo, mas sim da Música Independente. Tanto que as bandas não tocavam o mesmo estilo, não se vestiam da mesma forma mas mesmo assim, não deixavam de apreciar o trabalho umas das outras.

          Em meados de março de 2013, assisti ao documentário Hype!. Analisando todo o cenário de Seattle, as bandas, os públicos, comecei a pesquisar mais sobre e percebi parâmetros interessantes que poderiam gerar um movimento onde todos iriam ganhar se fosse feito semelhante em qualquer outra cidade. Como morador de Gravataí tive a ideia de fazer a página Gravataí Rock Valley. Divulgar os shows da região, os trabalhos das bandas, para que as bandas se divulguem, para que o público saiba que na sua cidade tem tantas opções quanto as outras cidades da região era o objetivo inicial. 

          Evoluindo a ideia, lembrei que a forma mais funcional onde a história do mundo tem sido contada é através do Jornalismo, curso o qual estou me formando. "Vou fazer um blog e registrar toda esta história". Cursar uma faculdade não me faz melhor do que ninguém  mas pretendo me esforçar para fazer o melhor trabalho possível com as condições que eu tenho. Temos que sempre achar uma forma de nos aprimorar e não seguir a premissa ignorante e arrogante de "A vida é a melhor escola". Não meu amigo, não é. Estude o instrumento ao qual se propõe, pesquise ideias de fazer sua banda se aprimorar, não seja medíocre ao fazer sua arte. A sua arte descreve todas as suas capacidades então, não deixe-a exaltar suas limitações.
          
"Seattle... é atualmente para o mundo do rock o que Belém foi para o Cristianismo" 
SPIN, Dezembro, 1992

          Esta frase publicada na Spin, abre o documentário. Procuro ainda uma justificativa para descobrir se o nosso problema é só a mídia medíocre que nos cerca ou se também o público é medíocre e modista. Quantas vezes já ouvimos a frase "Não gosto de nenhuma banda daqui" ou presenciamos os amigos comprando ingressos a $80, $100 para assistir bandas "One Hit Wonder" do interior do interior de alguma cidade inglesa, e não pagam $10 para assistir a um show de bandas que realizam um trabalho independente e de qualidade na sua cidade. Qual o sentido disso? Você gosta de música pela moda e estilo que ela lhe proporciona ou por gostar da cultura, da arte?
          
          Imaginem que interessante seria se fossemos a shows de rock com a mesma mentalidade que vamos ao cinema. Você não conhece o filme, sabe só do que ele trata e assim como uma banda, pode ser ruim ou bom. Mas ao assistir um filme, sempre superestimamos as qualidades. Por que ao assistirmos um show de uma banda independente sempre superestimamos os defeitos?  Se as bandas se divulgam e divulgam sua arte, o público fica conhecendo o trabalho. Se o público for menos crítico irão aos shows das bandas. Se as bandas tiverem públicos, as casas vão vender mais e consequentemente, pagar mais em cachê. Vamos todos entrar em um acordo?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Recomeçar

Cansei de esperar
Já passou da hora de partir
Fugir para qualquer lugar
Onde o passado não possa me seguir

Procurando sentidos e razões
Não consigo mais ver onde me perdi
Eu não ganho nada ficando aqui

Não quero ver a estrada que eu deixar para trás ao caminhar
Eu vou viver distante dos pesadelos quando acordar

Cansei de esperar
Muitos vão pensar que eu desisti
Vou fugir para qualquer lugar
Eu fiz tudo que podia mas não consegui

Procurando sentidos e razões
Não consigo mais ver onde me perdi
Eu não ganho nada ficando aqui

Não quero ver a estrada que eu deixar para trás ao caminhar
Eu vou viver distante dos pesadelos quando acordar


Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Cegueira

Hoje ninguém tenta nem ao menos discordar
De tudo que nos mostram e nós não queremos ver
Escravos de um passado sem futuro
Uma história que não queremos escrever

Ninguém quer enxergar
O que nem eles tentam esconder
O silencio não vai te fazer entender...

Tudo desaba ao nosso redor
Não tentam fazer nada pra mudar
Juntando os restos
É o preço que nós vamos pagar

Ninguém quer enxergar
O que nem eles tentam esconder
O silencio não vai te fazer entender...

Nos seus olhos eu vejo o vazio te consumir aos poucos
Não espere ser tarde demais para acordar...

Ninguém quer enxergar
O que nem eles tentam esconder
O silencio não vai te fazer entender...


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This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.