Tenham bom senso

"Não é porque eu escrevo sobre drogas, alcoolismo, mulheres fáceis, noites difíceis, depravação e sexo sem compromisso que eu sou um completo desregrado. Compreendam o limite entre realidade e ficção ou simplesmente morram nesse mundo politicamente correto que lhes consome. A arte imita a vida e vice versa, mas isso nunca será uma regra"


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A cena Underground de Gravataí

Artigo que eu escrevi sobre a cena no blog Gravataí Rock Valley.

          Sempre gostei de música e consequentemente quis ter uma banda. Tocando em algumas bandas, conhecendo músicos, acompanhando cenários, fui notando e buscando justificativas para todas as dificuldades que o rock enfrenta no Brasil. Analisei onde muitas acertaram e principalmente onde muitas ainda hoje erram. Participei da cena quando estourou a moda "venda ingressos para tocar" e estou até hoje tentando interpretar da melhor forma, como em um mundo completamente digitalizado com essa gama infinita de possibilidades que a internet proporciona, não só os músicos, mas o público se tornaram críticos tão vorazes.

          Me influenciei pela cultura Grunge, mesmo tendo iniciado minha trajetória no Hard Rock, passando pelo Death Metal, não deixando de lado o Rock Gaúcho. Cultura Grunge essa a qual todos chamam de "estilo musical" (o maior dos erros diga-se de passagem pois nem os músicos de Seattle usam este termo), na realidade, não deixou de ser uma moda. O termo seria melhor descrito como o princípio, não só do Rock Alternativo, mas sim da Música Independente. Tanto que as bandas não tocavam o mesmo estilo, não se vestiam da mesma forma mas mesmo assim, não deixavam de apreciar o trabalho umas das outras.

          Em meados de março de 2013, assisti ao documentário Hype!. Analisando todo o cenário de Seattle, as bandas, os públicos, comecei a pesquisar mais sobre e percebi parâmetros interessantes que poderiam gerar um movimento onde todos iriam ganhar se fosse feito semelhante em qualquer outra cidade. Como morador de Gravataí tive a ideia de fazer a página Gravataí Rock Valley. Divulgar os shows da região, os trabalhos das bandas, para que as bandas se divulguem, para que o público saiba que na sua cidade tem tantas opções quanto as outras cidades da região era o objetivo inicial. 

          Evoluindo a ideia, lembrei que a forma mais funcional onde a história do mundo tem sido contada é através do Jornalismo, curso o qual estou me formando. "Vou fazer um blog e registrar toda esta história". Cursar uma faculdade não me faz melhor do que ninguém  mas pretendo me esforçar para fazer o melhor trabalho possível com as condições que eu tenho. Temos que sempre achar uma forma de nos aprimorar e não seguir a premissa ignorante e arrogante de "A vida é a melhor escola". Não meu amigo, não é. Estude o instrumento ao qual se propõe, pesquise ideias de fazer sua banda se aprimorar, não seja medíocre ao fazer sua arte. A sua arte descreve todas as suas capacidades então, não deixe-a exaltar suas limitações.
          
"Seattle... é atualmente para o mundo do rock o que Belém foi para o Cristianismo" 
SPIN, Dezembro, 1992

          Esta frase publicada na Spin, abre o documentário. Procuro ainda uma justificativa para descobrir se o nosso problema é só a mídia medíocre que nos cerca ou se também o público é medíocre e modista. Quantas vezes já ouvimos a frase "Não gosto de nenhuma banda daqui" ou presenciamos os amigos comprando ingressos a $80, $100 para assistir bandas "One Hit Wonder" do interior do interior de alguma cidade inglesa, e não pagam $10 para assistir a um show de bandas que realizam um trabalho independente e de qualidade na sua cidade. Qual o sentido disso? Você gosta de música pela moda e estilo que ela lhe proporciona ou por gostar da cultura, da arte?
          
          Imaginem que interessante seria se fossemos a shows de rock com a mesma mentalidade que vamos ao cinema. Você não conhece o filme, sabe só do que ele trata e assim como uma banda, pode ser ruim ou bom. Mas ao assistir um filme, sempre superestimamos as qualidades. Por que ao assistirmos um show de uma banda independente sempre superestimamos os defeitos?  Se as bandas se divulgam e divulgam sua arte, o público fica conhecendo o trabalho. Se o público for menos crítico irão aos shows das bandas. Se as bandas tiverem públicos, as casas vão vender mais e consequentemente, pagar mais em cachê. Vamos todos entrar em um acordo?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Recomeçar

Cansei de esperar
Já passou da hora de partir
Fugir para qualquer lugar
Onde o passado não possa me seguir

Procurando sentidos e razões
Não consigo mais ver onde me perdi
Eu não ganho nada ficando aqui

Não quero ver a estrada que eu deixar para trás ao caminhar
Eu vou viver distante dos pesadelos quando acordar

Cansei de esperar
Muitos vão pensar que eu desisti
Vou fugir para qualquer lugar
Eu fiz tudo que podia mas não consegui

Procurando sentidos e razões
Não consigo mais ver onde me perdi
Eu não ganho nada ficando aqui

Não quero ver a estrada que eu deixar para trás ao caminhar
Eu vou viver distante dos pesadelos quando acordar


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This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Cegueira

Hoje ninguém tenta nem ao menos discordar
De tudo que nos mostram e nós não queremos ver
Escravos de um passado sem futuro
Uma história que não queremos escrever

Ninguém quer enxergar
O que nem eles tentam esconder
O silencio não vai te fazer entender...

Tudo desaba ao nosso redor
Não tentam fazer nada pra mudar
Juntando os restos
É o preço que nós vamos pagar

Ninguém quer enxergar
O que nem eles tentam esconder
O silencio não vai te fazer entender...

Nos seus olhos eu vejo o vazio te consumir aos poucos
Não espere ser tarde demais para acordar...

Ninguém quer enxergar
O que nem eles tentam esconder
O silencio não vai te fazer entender...


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