A prefeitura divulgou a relação
dos custos:
1) Passagens, hospedagem,
traslado, deslocamentos internos e alimentação para os dias 18 de abril, 9, 10,
11 e 19 de maio de 2012. Valor: R$ 21.360,00.
2) Duas palestras com
distribuição de 2.000 livros para as Bibliotecas das Escolas da Rede Municipal.
Valor: R$ 70.000,00. (R$ 35 cada livro; 35x2000)
3) Show de encerramento da 27ª
Feira do Livro, agendado para o dia 20 de maio, com equipe de 12 pessoas da
banda do músico. Valor: R$ 60.000,00 + impostos tributáveis resultando no valor
de R$ 78.070,00.
Valor total: R$ 169.430,00
Trecho da notícia retirado do
site NovaPauta:
"O valor do cachê do músico
indignou vários escritores, a exemplo de Fabrício Carpinejar que cancelou sua
ida ao evento.
'Lamento fazer isso, mas é o meu
protesto pelo cachê absolutamente excessivo de R$ 170 mil ao Gabriel O
Pensador. O artista não tem culpa de pedir o valor, porém a Prefeitura tem
inteira responsabilidade de acatá-lo. Literatura não deve ser feita para atrair
público, e sim para formar público', disse Carpinejar."
O que pensar sobre isso? Muitos
podem questionar o porquê não contrataram músicos daqui que também são
escritores, como Thedy Corrêa(que apoiou Gabriel em seu Twitter @thedycorrea),
Duca Leindecker (que foi Patrono da 23ª Feira do Livro de Gravataí em 2009) ou
Humberto Gessinger(que tem 3 livros lançados). Um show do Nenhum de Nós, ou do
Cidadão Quem, ou Engenheiros do Hawaii teria os mesmo custos de produção, se
não mais. Mas isso não seria aquele velho e conhecido "Bairrismo"
nosso?
Fabricio Carpinejar é um escritor
incrível e reconhecido por suas polêmicas e temos que concordar com ele que os
custos oferecidos aos outros escritores convidados a participar da feira foi
baixo sim, mas acho que ele podia ter protestado, tanto ele quanto as mídias de
massa, de uma forma menos maliciosa. Não só a mídia do sul mas a do Brasil em
geral, já valoriza muito pouco a cultura.Isso ninguém pode discordar. Concordo
com o Carpinejar que a feira deva ser feita para formar o público, mas não
descarto qualquer publicidade. Se o show do Gabriel trouxesse pessoas para a
feira, todos ganhariam, pois quem fosse ao show passaria pela feira, conheceria
os autores que dela participassem e muitos com certeza comprariam livros no
evento.
Agora muito se perdeu. Não haverá
mais show do Gabriel que traria pessoas ao evento, nem os livros dele que
seriam distribuídos nas escolas e nem a poesia de Fabício Carpinejar na Feira
do Livro de Bento Gonçalves. Tanto dinheiro público é desviado no Brasil a cada
nova gestão, que acho que era um investimento muito válido para a feira, para o
município e para a sociedade.